PUNIR
OU EDUCAR?
Por Denise Tinoco
Diariamente Profissionais da
Educação e Famílias, são desafiados, em sua autoridade, por crianças e adolescentes
que desobedecem regras (im)postas pela sociedade. Os atos mais comuns vão desde
a desobediência as regras de convivência em sala de aula, passando pela falta
de responsabilidade com materiais escolares e da instituição até bullying. Funcionários bradam que são
cerceados por legislações que protegem a criança e o adolescente, por
imposições sociais e até por ameaçadas de demissão. A falta de Estudo de Casos
e direcionamentos institucionais acarretam insatisfações que paralisam a
estrutura escolar. A família diz estar sobrecarregada com as pressões do mundo
globalizado e delega sua parte a escola. Neste limbo social encontram-se
milhares de crianças e jovens negligenciados que estão vivendo um caos diário,
sem previsão de melhoras. Sabe-se que a forma como os pais interagem e educam
seus filhos é crucial à promoção de comportamentos socialmente adequados ou não.
Mas, se as regras, diálogos ou tolerância não ocorrem no seio familiar ou não
se mostram suficiente para educar, faz-se necessário agir de forma educativa para
que o caos não se instale nas escolas. Ações de indisciplina são debatidas em Conselhos
de Classe, mas, pouco se conhece sobre a necessidade de inclusão de ações
socioeducativas nas instituições escolares. Não se trata de propor punições ou
regras militares, mas criar Códigos de Ética, regras cotidianas claras para o
enfrentamento das dificuldades. Necessário falar que para verificar os limites das
escolas vale consultar advogados, organizar palestras com Juízes, com Comissários
da Infância e Juventude, conversas com as famílias, com a criançada ou
adolescentes. Experiências com ações socioeducativas exitosas já são conhecidas
no mundo inteiro e começam a ser implantadas no Brasil. Destaque para ações
como acompanhar a Equipe de Manutenção nos reparos, para aquele que quebrou o
banheiro, chutou porta ou rasgou o sofá da Sala dos Professores. Participar de
oficinas educativas sobre Bullying,
para os que praticam. Organizar hortas ou plantar flores, árvores, para àqueles
que depredaram jardins escolares. Organizar livros na biblioteca, para aquele
que riscou, rasgou ou sumiu com o livro emprestado. É proibido humilhar ou
ferir legislações vigentes. Ações socioeducativas precisam de acompanhamento e
diálogo, e, em muitos casos, podem substituir a famosa Suspensão. Que fique
claro, somos pessoas em construção e que nos fortalecemos nas diferenças.
Portanto, conflitos devem existir e serem permitidos nas instituições
escolares. O que desejamos é que todos, em suas diferenças, inclusive
professores e outros profissionais da educação, também sejam respeitados.
Artigo completo publicado na Revista particular- junho/2016
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