domingo, 19 de abril de 2015

TODO DIA DEVERIA SER DIA DE ÍNDIO.

Dia 19 de abril de 2015. Leio no http://www.conexaolusofona.org/ a notícia de que  na Universidade Federal de Santa Catarina formou a sua primeira turma composta só por índios(85), que se graduaram em Literatura Indígena do Sul da Mata Atlântica. O juramento repleto de emoção foi proferido por um dos alunos falou sobre luta pela terra, autonomia,  autodeterminação , alegria e crianças sadias. Só é leitura da reportagem causa emoção, grande e boa emoção no meu coração. 



                             Adelino Gonçalves (Imagem: Henrique Almeida, Divulgação UFSC)

Entretanto, nem todos os indígenas tem esta mesma sorte no Brasil. Trabalho escrevo, a falta de oportunidades, doenças trazidas pelo desmatamento de sua mata e entradas clandestinas em suas terras e a falta de respeito estão no topo da lista das desigualdades brasileiras que assombram as nações indígenas que habitam nossa terra. 




Destaco a foto acima que mostra o descaso na saúde indígena nos Dsei Tefé e Manaus, (2011). Por lá, segundo http://antonioribeironoticias.blogspot.com.br/ falta transparência dos gastos e fiscalização no dinheiro enviado para tratar da saúde dos índios da região.

Abaixo mais  exemplo de luta atual, o cacique geral do povo Munduruku, Arnaldo Kabá, abriu a assembleia que reuniu cerca de 700 índios na aldeia Waro Apompu, sudoeste do Pará, no final de março de 2015. O objetivo foi discutir os impactos da construção de hidrelétricas previstas no rio Tapajós, consideradas uma grave ameaça à sobrevivência física e cultural do povo. Fábio Nascimento/Greenpeace, em: http://zip.net/bhq6wz.


Moro em Campos dos Goytacazes, que pelo nome indica: "Terra de índio"! Sim! Há muito a Nação Goitacá esteve presente nestas terras, que outrora fora repleta de grandes jacarés, rios e Pântanos. Hoje, dizimados, deixaram em nosso sangue heranças que estão nos traços de alguns, na forma de viver de outros e na vontade de fazer valer, com força  e determinação de todos!





Segundo historiadores, os índios Goitacás raspavam a cabeça para terem mais agilidade na água, eles eram ótimos nadadores, caçadores e corredores. Fisicamente possuíam pele mais clara, eram mais altos e robustos que os outros índios. Eles tinham hábito de dançar em ocasiões festivas, usando o jenipapo para pintura do corpo. Alimentavam-se de frutas, raízes, mel e principalmente, caça e pesca. Os Goitacás tinham o hábito de trocar coisas com os portugueses, recebiam quinquilharias, ou seja, coisas sem valor e davam suas riquezas, como exemplo o pau-brasil. Eles também eram supersticiosos com a água, não bebendo de rios e lagoas, mas sim de cacimbas. Os portugueses brigavam com os índios pelas terras e com isso, eles foram dizimados. Existe a ideia de que só tivemos por aqui, em Campos dos Goytacazes, uma tribo de única etnia, o que não é verdade. Tivemos por aqui, a grande Nação Goitacá repleta de diversidade cultural.

Nem tudo está perdido,  vejam este fragmento textual: "Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) ampliou a extensão dos territórios etnoeducacionais, no intuito de dar continuidade às políticas de educação voltadas para os diferentes povos brasileiros. Esses territórios, que não seguem a organização administrativa do país, não podem ser determinados por Estado ou Município, mas sim pelas áreas onde vivem os povos indígenas. Trata-se, portanto, de um espaço onde são desenvolvidos projetos especialmente voltados para os índios. Tal medida é fundamental para garantir que sejam atendidas as especificidades de cada povo, reconhecendo-os e respeitando-os como integrantes de uma identidade nacional. Segundo Gersem Baniwa, coordenador geral da educação escolar indígena do MEC, os projetos realizados até o momento ainda deverão avançar, no sentido de qualificar a educação básica e a formação dos professores indígenas. As ações desenvolvidas até a atualidade já revelam números interessantes: 52% dos alunos indígenas nas instituições públicas já utilizam material didático bilíngue indígena, lembrando que não estamos falando de um ou dois idiomas: no Brasil, existem 180 línguas. Além disso, conforme aponta Gersem, “do ano de 2006 até agora, já existem 600 professores formados em licenciatura, pelo Ensino Médio”. Assim, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC prevê ampliar a oferta de uma educação indígena de qualidade, seja pela promoção de infraestrutura adequada, pela atualização dos materiais didáticos específicos, pelo transporte escolar, entre outros. No papel, a educação estaria caminhando para a unificação dos povos acima das barreiras culturais.Será que o povo indígena se sente verdadeiramente representado nos livros, nas salas de aula? E a escola? O que ela pode fazer para que esse respeito à diversidade dos povos vá além da teoria? [Texto produzido pela equipe de Comunicação da EducarBrasil.
em 06/2012-http://www.portaleducarbrasil.org.br/web/peb/detail?ebr_id=211739]"







Conforme dados de muitos teóricos, na atualidade, os índios brasileiros são identificados como Karajá, Suyá, Kamayurá, Xavante entre outros. O termo “índio” foi dado pelos colonizadores no período de exploração do território que paralelamente disseminou essa população.   Existem controvérsias quanto ao número de índios que habitam o território brasileiro, isso sofre variações de acordo com quem desenvolve a pesquisa, por exemplo, o número de índios registrado pelo IBGE (Instituto Brasileira de Geografia e Estatística) é maior que o resultado obtido pela FUNAI (Fundação Nacional do Índio), a última só considera aqueles que vivem em reservas. O maior percentual de índios é apresentado no Estado do Amazonas, além do nordeste e no Centro-Sul do país, especialmente no Mato Grosso do Sul.




Muitos estudiosos dizem que o destino dos povos indígenas do Brasil ainda é incerto, e esperam muitas lutas pela frente. Grande e múltiplos são os conflitos que os envolvem continuam a se multiplicar; mortes, abusos, violência e pior, o rompimento interno continuam a afligir muitas comunidades indígenas. Mesmo com todos os avanços e toda proteção jurídica, com toda a conscientização política das comunidades e sua mobilização conjunta, e mesmo com o apoio de expressiva parcela da população brasileira não-índia e organismos internacionais. Fato: Há poderosos interesses políticos e econômicos em jogo, e mesmo interesses culturais. Hoje, ainda falta muito para que eles consigam garantir suas terras e uma sobrevivência digna e independente da tutela do governo, que historicamente os entendeu como incapazes e chamou a si a responsabilidade de "administrá-los", mas tem sido também incapaz de assegurar-lhes os direitos que já foram definidos constitucionalmente.

Hoje, 19 de abril de 2015, dia dedicado a e memória, a conscientização e disseminação das culturas indígenas. Fica o apelo por dias melhores, repletos de cantoria, festa, caça, estudo,  prevenção da natureza e dos de povos, que desejam que todos os dias sejam de índio!

ATIVIDADE INTERATIVA:



Partindo de nossa leitura do texto : "A cultura na formação dos professores de arte" ( para Gostar de Aprender Arte), faremos uma análise pontual sobre o trabalho de um professor, artista plástico Alexandre Silva dos Santos(Alixa).







A obra estudada, um óleo sobre tela de 50 x 60 cm, sem título, foi criada em 1985, fruto da reflexão do artista sobre a aculturação indígena que gerou a série "Olhos que não querem ver". Alexandre Silva dos Santos Filho (Alixa) é artista plástico e professor do Departamento de Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA).

TAREFA: Observe com muita atenção o quadro acima e responda de forma coesa e coerente as perguntas abaixo:

 1. O que você pode perceber nesta imagem?
 2. Identifique a etnia (raça) deste homem.
 3. Que indícios o levam a perceber isso?
 4. Quais elementos da sua cultura foram mantidos e quais foram substituídos?
 5. Que cores o artista utiliza nessa obra?
 6. O que você vê no fundo da imagem?
 7. Em que local o índio se encontra?
 8. Qual a expressão de seu rosto?

 9. Ele estaria falando com alguém ao telefone? Qual seria o assunto?


VAMOS LÁ! CONTO COM VOCÊ!!!!



terça-feira, 14 de abril de 2015

FALANDO UM POUCO MAIS SOBRE PSICOMOTRICIDADE INFANTIL.

Quando leio artigos, livros ou quando preparo uma palestra, parece-me que tudo já foi dito sobre psicomotricidade infantil. Lego engano! Se pensarmos sob esta ótica, estamos fadados ao fracasso profissional em muitas áreas acadêmicas. Neste texto analiso a importância do desenvolvimento da psicomotricidade na educação infantil e deixo algumas dicas de atividades lúdicas, para trabalhar com os pequeninos. A psicomotricidade é uma prática que contribui para o desenvolvimento da criança no processo de ensino-aprendizagem e que favorece o desenvolvimento saudável dos aspectos físicos, mental, afetivo-emocional de sua personalidade,  tornando-se fundamental que desde muito cedo, o bebê receba estimulo externo. Como hoje, as crianças chegam cada vez mais cedo nas salas das creches, estímulos que trabalhem aspectos corporais e que exploram percepções musicais, olfativas, gustativas, espacial e temporal, visuais, táteis, são essenciais para a maturação deste corpo, que aos poucos se percebe no mundo e em contato com outros corpos no mundo. É desta forma que a criança vai se fortalecendo e construindo sua imagem. Assim, por meio da troca de olhares, toques e carinhos, primeiramente com os parentes (pais ou responsáveis), depois com outras pessoas (professores, em especial), vão ampliando as suas relações sociais no mundo. Não desmerecendo a influência de outros contextos sociais no desenvolvimento infantil, sabe-se que a escola tem uma grande responsabilidade no desenvolvimento da psicomotricidade das crianças pequenas. Desta forma, a primeira etapa da educação básica, educação infantil, representa um momento único e especial, que precisa ser compreendido pelo professor, como um momento  propício para práticas responsáveis. Neste contexto, necessário fazer uma crítica à desvalorização dos espaços físicos nas escolas de educação infantil brasileira. Prédios de escolas adaptadas, com espaços pequenos, escuros, nem sempre adequados à intenção de servir para a educação, quanto mais, para propiciar o desenvolvimento infantil de forma integral. Tais espaços negligenciam instalação de parques, hortas, jardins, pátios, quadras, brinquedotecas e outros espaços de interação coletiva e de exploração da psicomotricidade.  Com certeza, fatores pensados pelo leitor e que não foram contemplados nesta rápida análise, como por exemplo, turmas superlotadas, acabam também por dificultar o desenvolvimento da criança no espaço escolar. A educação psicomotora no desenvolvimento integral de crianças precisa ser uma experiência ativa de confrontação com o meio. Desta maneira, esse ensino segue uma perspectiva de vivência vital ao desenvolvimento infantil. Nela, inscreve-se o papel de escola, com seus métodos pedagógicos pautados na ludicidade, na renovação dos fazeres que de forma contínua, possam ajudar a criança a desenvolver-se da melhor maneira possível, utilizando inúmeros recursos visando uma vida plena em sociedade. No cotidiano da educação infantil, existem, ainda, muitos outros aspectos que limitam a fazer lúdico e o desenvolvimento das crianças no espaço escolar. Outro ponto que merece nossa atenção é a falta de conexão entre os discursos pedagógicos contidos nos projetos e propostas pedagógicas e o cotidiano escolar. Nem sempre as escolas de educação infantil possuem visão do que representam na sociedade em que estão inseridas. É comum, também, percebermos a falta de clareza nos objetivos propostos em seus documentos institucionais. Tudo isso, acaba por afetar o dia a dia do professor que nem sempre recebe uma meta institucional clara, viável e bem fundamentada para executar seu fazer docente. Por fim, o desenvolvimento da psicomotricidade é uma forma promoção do desenvolvimento da criança e, por isso, sempre existirão possibilidades para a realização de atividades psicomotoras em todo o tipo de espaço. Para os espaços pequenos, os dirigentes escolares e professores, deverão, todos os dias, arrumar e desarrumar o local, criando outros arranjos espaciais que favoreçam práticas lúdicas. Já para os espaços impróprios será necessário buscar alternativas em quadras públicas, praças dos bairros e campinhos de futebol. Importante, também, lutar sempre por espaços que ajudem no desenvolvimento da psicomotricidade.

SUGESTÕES DE ATIVIDADES PSICOMOTORAS
PARA CRIANÇAS PEQUENAS:

CRIANÇAS DE 0 A 2 ANOS:
Com o bebê sentado ou em pé, cruze os braços dele em volta do próprio peito, sempre se lembrando de relaxar os ombros da criança. Mantenha-o nesta posição por  08 ou 10 segundos. Isso ajuda no desenvolvimento da confiança e no equilíbrio e postura corporal.
Nesta faixa etária os pequenos precisam experimentar. Então atividades com muito movimento como: engatinhar, rolar, dar cambalhotas, balançar, correr, pular, andar para trás, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre), subir e descer escadas, soprar bolas de sabão, entre outras, são bem vindas e facilitarão o processo de reconhecimento do corpo no mundo.
Contato com materiais diversos como areia, grama, cordas, água... Sempre são prazerosos. Assim, como pinturas com tintas caseiras e confecção de massinha de modelar artesanal.
Trabalhos com ritmos diferentes são um atrativo a parte. Sons bruscos como buzinas, bichos, para imitação farão sucesso, bem como diferentes estilos de música para  ouvir e sentir com o corpo.
Conhecer o corpo do colega e nele se reconhecer é uma tarefa fundamental nesta fase. Assim, atividades com espelhos tem grande chance de agradar aos pequenos.
Nomear partes do próprio corpo, do corpo dos colegas, do corpo de bonecos.
Jogar beijos para os colegas. Soprar apitos e língua de sogra.
Experimentar coisas que têm e que não tem gosto, provar alimentos em diferentes temperaturas, provar alimentos fritos, assados, cozidos, crus. Provar alimentos sólidos, líquidos, crocantes, macios, duros, tendo o devido cuidado com as restrições alimentares.

CRIANÇAS DE 03 a 05 ANOS:
Já numa fase em que a função simbólica está presente a criança gostará de brincar com músicas que façam movimentos e remetam ao mundo da fantasia. Assim, o professor pode trabalhar cantigas de roda e brinquedos cantados como: “A canoa virou”, “ De abóbora faz melão”, “Se eu fosse peixinho”, ”Pedala, pedalinho”, “Fui ao Itororó”, dentre outras maravilhas que temos na cultura popular.
Contar histórias que exijam participação ativa das crianças por meio da imitação ou criação de sons e movimentos como: “... entrou no quarto correndo e deu um grito...”, “soprou bem forte.”
Andar sobre cordas, linhas de giz riscadas no chão, passar por baixo da mesa, por cima do banco, ficar do lado da colega que está com a fita vermelha na cabeça... Atividades que trabalhem a lateralidade são muito importantes.
Soprar bexigas de aniversário e depois não deixar a bola cair no chão. Oportunizam o trabalho de equilíbrio e respiração, dentre outros.
Com o colega sobre uma folha de papel pardo, o/a professor(a) orienta para que outro colega desenhe seu perfil e depois, juntos e com matérias diversos: lã, papéis coloridos, areia, cola, tesoura...Formarão um boneco.
Com tesoura apropriada para o uso infantil, efetuar recortes de letras, gravuras de bichos, tipos de casa... Colar em outra folha e continuar o desenho.
Exercícios cardiovasculares como correr, pular, saltar... Exercícios com bola ajudam ao desenvolvimento de resistência.
Soprar tinta em caixas de plástico ou caixas de papelão. Além de uma obra de arte, o trabalho ajuda na respiração e concentração.
Abraçar-se e abraçar o colega. Ajuda a aumentar a flexibilidade e a tolerância.
Mover carrinhos rápida e lentamente, seguindo instruções do professor. Andar pela sala e pelo pátio seguindo a direção indicada por setas pintadas no chão são boas atividades de orientação espacial.
Para desenvolver a lateralidade coloque fitas amarelas no pulso e tornozelo do lado direito e realizar exercícios que peçam movimentos como: erguer a mão direita, abaixar a mão esquerda, erguer o braço direito e abaixar o esquerdo, etc.
Provar e comparar alimentos da mesma cor, mas com sabores bem diferentes: sal, açúcar, farinha de trigo comum, farinha de mandioca crua, respeitando as restrições alimentares das crianças.
                                                                                                                             
                                                                                                                            Com carinho,
 Denise Tinoco





segunda-feira, 6 de abril de 2015

PUBLICAÇÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA MOTRICIDADE EM BEBÊS E CRIANÇAS PEQUENAS

A Revista Guia Prático para Professores Educação Infantil(ABRIL 2015) traz um artigo autoral, onde converso com professores sobre o desenvolvimento da motricidade infantil. Destaca, também, algumas atividades selecionadas, por mim, para o trabalho educativo com bebês e crianças pequenas, nas creches.
                                                VALE A PENA CONFERIR!!!