domingo, 25 de setembro de 2016

PROFESSOR: ACERTE O PASSO E BUSQUE A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL COM BOAS PRÁTICAS PSICOMOTORAS.

PROFESSOR: ACERTE O PASSO E BUSQUE A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL COM BOAS PRÁTICAS PSICOMOTORAS.

Por Denise Tinoco
 Professora de Educação Básica, Pedagoga, Especialista em Educação Infantil, Especialista em Psicopedagogia e Professora Universitária. Contato: Denise.tinoco@bol.com.br





               Todo professor comprometido com uma educação voltada para o desenvolvimento integral da criança sabe que a Psicomotricidade é base de tudo. Acrescenta-se a esta ideia uma constatação: o ensino básico já não tem mais a incumbência de assegurar aos seus estudantes, apenas a aprendizagem fundamental e conceitual, como leitura, escrita, conhecimentos sobre natureza e sociedade e atividades de cálculo. Textos legais e as diretrizes nacionais determinam que a ação educativa seja mais ampla e exigem, dos professores, conhecimentos diversos nas mais diferentes áreas, onde podemos destacar as atividades artísticas, físicas e de estímulos, até então negadas em contextos anteriores da educação.
                Aliando os pensamentos expostos ao saber erudito, aprende-se na acadêmica que criança que recebe uma educação psicomotora adequada e, se esta for aliada a manifestações de ao afeto, com certeza vai construir uma base sólida em seu desenvolvimento. No entanto, estes discursos não garantem boas práticas cotidianas nas escolas. Temos visto pelo país a fora, um número enorme de professores da educação infantil e primeiras séries do ensino fundamental desprezando conceitos, preceitos, procedimentos e atitudes primordiais para práticas psicomotoras de sucesso e reduzindo suas rotinas a exercícios estéreis de “preparação motora” ou “exercícios psicomotores”. 
             Muitos professores, ao serem indagados, fornecem algumas pistas sobre suas práticas que precisam ser levadas em conta nesta análise. Assim, as explicações podem estar ligadas à falta de formação adequada para os docentes, acrescida da pouca falta de valorização dos pais para com tais atividades dentro da rotina escolar. Além de desencontros entre a proposta pedagógica da escola e o fazer docente ou, ainda, nas turmas superlotadas. Todos estes aspectos são legítimos e merecem nossa atenção. No entanto, nada é mais triste do que uma escola sem espaço físico para os alunos se desenvolverem. A falta de espaço físico nas escolas brasileiras é algo que preocupa. Espaços adaptados, espaços pequenos, sem ventilação e escuros, nem sempre colaboram com a intenção propiciar o desenvolvimento infantil de forma integral, por meio da Psicomotricidade.
              Sabemos que problemas como estes afetam o cotidiano da educação, principalmente no quesito do desenvolvimento de práticas psicomotoras. Entretanto não invalidam a construção de práticas inovadoras e sistemáticas que trabalhem a psicomotricidade como mola propulsora do desenvolvimento intelectual da criança. Desta forma, o professor deve estar sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de facilitador da aprendizagem, mediador de diferentes possibilidades que permitam a ampliação das diferentes percepções e trabalhando com a exploração do esquema corporal, da lateralidade, do equilíbrio, dentre outros aspectos necessários ao desenvolvimento psicomotor global das crianças.
              É preciso entender, ainda, que a reorganização do espaço físico e a transformação destes em ambientes educativos são fundamentais para a aprendizagem. Assim, ações como retirar, temporariamente, as cadeiras e mesas da sala de aula, reorganizar móveis, fazer riscos no chão, amarrar cordões em portas e janelas, propiciar o contato com argila, com a água, bolinhas de sabão, atividades em pátios, quadras, desenvolvimento de jogos corporais e coletivos, dentre outras ações possibilitam o início de um pensar psicomotor consciente, por parte do professor, voltando suas ações de rotina para o desenvolvimento psicomotor, afetivo e intelectual da criança. É preciso ver com bons olhos o desenvolvimento da psicomotricidade e entender que isso irá oportunizar e auxiliar o desenvolvimento intelectual do aluno. Portanto, estimular atividades corporais, desde a educação infantil, auxiliam todos os alunos a vencerem os desafios da leitura e da escrita e do raciocínio lógico, mais adiante em sua vida acadêmica.

         Professor acertar o passo e buscar o desenvolvimento harmonioso entre o corpo, a mente e o espírito é um desafio cotidiano na prática docente. Por fim, todas estas questões devem fundamentar o seu pensar e fazer pedagógico na organização do planejamento, rotina e avaliação do processo ensino aprendizagem, tornando-o um eterno pesquisador e aprendiz sobre o assunto. Porém, nunca se esquecendo da singularidade infantil e da necessidade de um olhar compreensivo, afetuoso e sistemático sobre o saber fazer Psicomotor.