PROFESSOR:
ACERTE O PASSO E BUSQUE A PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL COM BOAS
PRÁTICAS PSICOMOTORAS.
Por Denise Tinoco
Professora de
Educação Básica, Pedagoga, Especialista em Educação Infantil, Especialista em
Psicopedagogia e Professora Universitária. Contato: Denise.tinoco@bol.com.br
Todo
professor comprometido com uma educação voltada para o desenvolvimento integral
da criança sabe que a Psicomotricidade é base de tudo. Acrescenta-se a esta
ideia uma constatação: o ensino básico já não tem mais a incumbência de
assegurar aos seus estudantes, apenas a aprendizagem fundamental e conceitual,
como leitura, escrita, conhecimentos sobre natureza e sociedade e atividades de
cálculo. Textos legais e as diretrizes nacionais determinam que a ação
educativa seja mais ampla e exigem, dos professores, conhecimentos diversos nas
mais diferentes áreas, onde podemos destacar as atividades artísticas, físicas
e de estímulos, até então negadas em contextos anteriores da educação.
Aliando os pensamentos expostos
ao saber erudito, aprende-se na acadêmica que criança que recebe uma educação
psicomotora adequada e, se esta for aliada a manifestações de ao afeto, com
certeza vai construir uma base sólida em seu desenvolvimento. No entanto, estes
discursos não garantem boas práticas cotidianas nas escolas. Temos visto pelo
país a fora, um número enorme de professores da educação infantil e primeiras
séries do ensino fundamental desprezando conceitos, preceitos, procedimentos e
atitudes primordiais para práticas psicomotoras de sucesso e reduzindo suas
rotinas a exercícios estéreis de “preparação motora” ou “exercícios
psicomotores”.
Muitos professores, ao serem
indagados, fornecem algumas pistas sobre suas práticas que precisam ser levadas
em conta nesta análise. Assim, as explicações podem estar ligadas à falta de
formação adequada para os docentes, acrescida da pouca falta de valorização dos
pais para com tais atividades dentro da rotina escolar. Além de desencontros
entre a proposta pedagógica da escola e o fazer docente ou, ainda, nas turmas
superlotadas. Todos estes aspectos são legítimos e merecem nossa atenção. No
entanto, nada é mais triste do que uma escola sem espaço físico para os alunos
se desenvolverem. A falta de espaço físico nas escolas brasileiras é algo que
preocupa. Espaços adaptados, espaços pequenos, sem ventilação e escuros, nem
sempre colaboram com a intenção propiciar o desenvolvimento infantil de forma
integral, por meio da Psicomotricidade.
Sabemos que problemas como estes afetam
o cotidiano da educação, principalmente no quesito do desenvolvimento de
práticas psicomotoras. Entretanto não invalidam a construção de práticas
inovadoras e sistemáticas que trabalhem a psicomotricidade como mola propulsora
do desenvolvimento intelectual da criança. Desta forma, o professor deve estar
sempre atento às etapas do desenvolvimento do aluno, colocando-se na posição de
facilitador da aprendizagem, mediador de diferentes possibilidades que permitam
a ampliação das diferentes percepções e trabalhando com a exploração do esquema
corporal, da lateralidade, do equilíbrio, dentre outros aspectos necessários ao
desenvolvimento psicomotor global das crianças.
É preciso entender, ainda, que a
reorganização do espaço físico e a transformação destes em ambientes educativos
são fundamentais para a aprendizagem. Assim, ações como retirar, temporariamente,
as cadeiras e mesas da sala de aula, reorganizar móveis, fazer riscos no chão,
amarrar cordões em portas e janelas, propiciar o contato com argila, com a água,
bolinhas de sabão, atividades em pátios, quadras, desenvolvimento de jogos
corporais e coletivos, dentre outras ações possibilitam o início de um pensar
psicomotor consciente, por parte do professor, voltando suas ações de rotina para
o desenvolvimento psicomotor, afetivo e intelectual da criança. É preciso ver
com bons olhos o desenvolvimento da psicomotricidade e entender que isso irá
oportunizar e auxiliar o desenvolvimento intelectual do aluno. Portanto, estimular
atividades corporais, desde a educação infantil, auxiliam todos os alunos a
vencerem os desafios da leitura e da escrita e do raciocínio lógico, mais
adiante em sua vida acadêmica.
Professor acertar o passo e buscar o
desenvolvimento harmonioso entre o corpo, a mente e o espírito é um desafio
cotidiano na prática docente. Por fim, todas estas questões devem fundamentar o
seu pensar e fazer pedagógico na organização do planejamento, rotina e
avaliação do processo ensino aprendizagem, tornando-o um eterno pesquisador e
aprendiz sobre o assunto. Porém, nunca se esquecendo da singularidade infantil
e da necessidade de um olhar compreensivo, afetuoso e sistemático sobre o saber
fazer Psicomotor.